​A busca por soluções inovadoras para aprimorar a segurança e a experiência dos torcedores na Neo Química Arena tem sido uma prioridade constante para o Corinthians. Recentemente, a implementação da biometria facial surgiu como uma alternativa promissora para controlar o acesso ao estádio e combater práticas irregulares, como o cambismo e desvios de ingressos. No entanto, a escolha da empresa responsável por fornecer essa tecnologia tornou-se um ponto de controvérsia dentro do clube.​

A Controvérsia em Torno da Escolha da Empresa de Biometria

A menos de três meses do prazo estabelecido para a implementação da biometria facial na Neo Química Arena, o Corinthians ainda não definiu qual empresa será encarregada de executar e gerenciar esse serviço crucial. A Ticket Hub emergiu como uma das principais candidatas, mas sua possível contratação gerou debates acalorados nos bastidores do clube. O departamento de compliance do Corinthians emitiu um relatório expressando preocupações significativas sobre a empresa e seu proprietário, Bruno Balsimelli.​

Análise do Compliance: Riscos Associados à Ticket Hub

Em 27 de agosto de 2024, o compliance do Corinthians divulgou um relatório de “Due Diligence PJ” referente à Ticket Hub, atribuindo à empresa um score alarmante de 98,25 em uma escala onde valores próximos a 100 indicam alto risco. Essa avaliação negativa está diretamente ligada ao histórico de seu proprietário, Bruno Balsimelli, que figura como parte passiva em diversos processos judiciais. Além disso, a empresa, fundada há apenas quatro anos com um capital social de R$ 100 mil, apresenta um faturamento estimado entre R$ 4,8 milhões e R$ 10 milhões, levantando questionamentos sobre sua rápida ascensão no mercado.​

Bruno Balsimelli: Histórico e Conexões com o Corinthians

Bruno Balsimelli possui participação em 16 empresas, das quais nove estão ativas, atuando em segmentos variados como indústria digital, construção civil e operação de estádios. O relatório do compliance destaca que Balsimelli acumula uma dívida tributária de R$ 2,3 milhões e está envolvido em 23 processos judiciais como parte passiva, totalizando R$ 50,8 milhões em valores reclamados. Além disso, sua ligação com um atleta da base do Corinthians adiciona uma camada extra de complexidade à possível contratação da Ticket Hub pelo clube.​

Implicações para o Corinthians e a Implementação da Biometria Facial

A implementação da biometria facial é vista como uma ferramenta essencial para modernizar o acesso à Neo Química Arena e fortalecer a segurança dos torcedores. No entanto, a possível contratação de uma empresa envolvida em controvérsias judiciais e financeiras pode comprometer a integridade e a reputação do Corinthians. É fundamental que o clube avalie cuidadosamente os riscos associados e considere alternativas que garantam a transparência e a eficiência na implementação dessa tecnologia.​

A busca por soluções tecnológicas avançadas, como a biometria facial, é um passo importante para o Corinthians no aprimoramento da experiência dos torcedores e no combate a práticas ilícitas. Contudo, a escolha da empresa responsável por fornecer essa tecnologia deve ser conduzida com rigor e atenção aos detalhes, assegurando que os parceiros selecionados estejam alinhados com os valores e a integridade que o clube preza. A transparência nesse processo é crucial para manter a confiança da torcida e garantir o sucesso das iniciativas futuras.