13 clubes da Série A seriam reprovados no Fair Play da CBF

Camisa do Brasil. Foto Alamy

A adoção do Fair Play Financeiro pela CBF deve provocar uma reviravolta imediata na elite do futebol brasileiro. Embora a versão final do regulamento só seja apresentada ainda neste mês, as regras básicas já permitem uma projeção sobre o impacto nas finanças dos clubes. E, segundo o jornalista e especialista em gestão esportiva Rodrigo Capelo, treze dos vinte clubes da Série A de 2024 não seriam aprovados no sistema. Isso inclui gigantes como Corinthians, Botafogo e Vasco.

Apenas sete clubes estariam regularizados

Capelo divulgou a análise em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo. O levantamento toma como base os demonstrativos financeiros mais recentes e simula como as equipes se sairiam caso o Fair Play estivesse em vigor no ano passado.

“— “Da primeira divisão de 2024, dos 20 clubes, apenas sete passariam pelo sistema de Fair Play Financeiro que a CBF montou. Foi um cálculo feito por mim mesmo” afirmou o jornalista.

Entre os aprovados estão Flamengo, Palmeiras, Athletico-PR, Atlético-GO, Juventude, Criciúma e Cuiabá. Segundo Capelo, esses clubes vêm conseguindo manter dívidas controladas, pagamentos em dia e gastos compatíveis com as receitas.

Corinthians, Botafogo e Vasco aparecem entre os reprovados

A situação é bem diferente entre os demais treze clubes, que, de acordo com a projeção, seriam reprovados por motivos variados. Alguns apresentam déficits recorrentes; outros convivem com dívidas elevadas, folha salarial pouco sustentável ou dependência de receitas extraordinárias.

Entre os reprovados aparecem Corinthians, Botafogo e Vasco, três das maiores torcidas do país. O caso do Botafogo chama atenção: mesmo campeão brasileiro em 2024, o clube não atenderia às exigências de equilíbrio financeiro impostas pelo modelo.

Além deles, também ficariam fora dos critérios São Paulo, Internacional, Fortaleza e Bahia, clubes que disputaram a Libertadores em 2025, mas que enfrentam desafios financeiros expressivos.

Diferença financeira é considerada “profunda”

Para Capelo, a distância entre os clubes aprovados e reprovados não é pequena. Isso deverá exigir um processo de adaptação complexo para a maioria da Série A.

O jornalista avalia que o Fair Play Financeiro obrigará grande parte das equipes a rever imediatamente gastos com futebol, renegociar dívidas e adotar modelos mais rígidos de governança.

Fair Play Financeiro entra em vigor em 2026

O novo sistema começa oficialmente em janeiro de 2026, após meses de reuniões entre CBF, clubes e especialistas. A proposta brasileira mira objetivos semelhantes aos regulamentos adotados na UEFA, como:

  • Equilíbrio entre receitas e despesas;
  • Proibição de déficits acumulados;
  • Exigência de pagamentos em dia;
  • Limitação de gastos proporcionais ao faturamento;
  • Punições esportivas e administrativas para clubes inadimplentes.

A entidade acredita que o Fair Play será essencial para reduzir crises recorrentes, atrasos salariais, dependência de investidores e colapsos financeiros que marcaram capítulos recentes do futebol nacional.

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