O Corinthians iniciou um novo movimento para valorizar seu patrocínio máster. O clube notificou oficialmente a Esportes da Sorte sobre o desejo de ir ao mercado em busca de um acordo mais vantajoso financeiramente. A meta da diretoria é dobrar o valor recebido atualmente, que gira em torno de R$ 309 milhões pelo contrato de três anos.

O aviso foi feito em 1º de outubro e segue o que está previsto em cláusula contratual. A notificação permite que o Coríntios negocie com outras empresas durante uma janela específica, reduzindo a multa rescisória pela metade.

A medida não indica uma ruptura imediata com a atual patrocinadora, mas representa uma tentativa clara de valorização comercial do principal espaço da camisa.

Contrato atual e planos da diretoria

Assinado em julho de 2024, o contrato com a Esportes da Sorte prevê o pagamento de R$ 309 milhões ao longo de três anos, média de R$ 103 milhões anuais. Desse valor, R$ 57 milhões foram destinados à contratação de um jogador de impacto, verba usada pelo clube para viabilizar a chegada do atacante Memphis Depay.

Sob o comando do presidente Osmar Stabile, a diretoria entende que o valor atual está abaixo do potencial de mercado do Corinthians. O clube acredita que o engajamento da torcida, a visibilidade da marca e o alcance digital permitem negociações mais lucrativas.

O objetivo é encontrar parceiros dispostos a investir cerca de R$ 200 milhões por temporada no espaço mais nobre do uniforme. Até o momento, não há negociações avançadas com outras empresas, mas a abertura formal permite sondagens e propostas.

Mercado de apostas e concorrência crescente

O setor de apostas esportivas segue como o principal investidor em patrocínios de clubes brasileiros. Diversas casas do ramo têm ampliado aportes, o que reforça a expectativa do Corinthians de conseguir cifras mais altas.

O clube analisa o cenário com cautela e mantém diálogo aberto com a Esportes da Sorte, que pode apresentar uma contraproposta para renovar o contrato com novos valores. Internamente, há consenso de que o nome do Corinthians carrega peso suficiente para competir com acordos firmados por clubes como Flamengo e Palmeiras, que têm contratos superiores a R$ 150 milhões por temporada.

A diretoria também pretende fortalecer sua área comercial e ampliar a oferta de propriedades de marketing, aproveitando o momento de alta exposição da equipe.

Naming rights da Neo Química Arena também podem ser renegociados

Além do patrocínio máster, o Corinthians avalia novas estratégias para os naming rights da Neo Química Arena. O contrato atual, assinado com a Hypera Pharma em 2020, tem validade até 2040 e prevê o pagamento de R$ 15 milhões anuais, corrigidos pelo IGP-M.

Com a atualização dos índices, o valor gira hoje em torno de R$ 21 milhões por ano. A diretoria entende que o potencial comercial do estádio aumentou desde então e acredita que uma revisão contratual futura pode elevar a receita.

O clube estuda maneiras de explorar o espaço da arena para eventos e ações de marca, aumentando a rentabilidade sem depender apenas do futebol.

Expectativa e próximos passos

O movimento do Corinthians ocorre em um momento de reestruturação financeira e administrativa. A diretoria busca novas fontes de receita para equilibrar as contas e reduzir dívidas, que seguem em patamares elevados.

O departamento de marketing vê o patrocínio máster como o ativo mais valioso do clube e aposta que o interesse do mercado pode render cifras recordes. O plano é fechar um novo contrato ainda em 2026, seja com a Esportes da Sorte ou com uma nova parceira.

Enquanto isso, o Corinthians mantém o foco em campo e tenta aproveitar o bom momento esportivo para reforçar a imagem da marca. A expectativa é que a valorização do uniforme e da arena gere um salto financeiro importante nas próximas temporadas.

A postura firme da diretoria sinaliza uma nova fase na gestão de receitas do clube, que busca recuperar protagonismo também fora das quatro linhas.