Paulista deve adotar modelo da Liga dos Campeões para Estadual 2026 | Torcedores

Raphael Veiga e Caca em Palmeiras x Corinthians pelo Paulistão (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

O Campeonato Paulista é um dos estaduais afetados com a mudança do calendário do futebol brasileiro em 2026. Após o anúncio oficial da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), ficou definido que os estaduais terão apenas 11 datas disponíveis para disputa, uma redução significativa em relação às atuais 16 rodadas.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) já se movimenta para não sair prejudicada e tenta garantir ao menos uma data a mais para o Campeonato Paulista, considerado o estadual mais tradicional e competitivo do país. Caso o pedido seja aceito, o torneio poderá começar alguns dias antes de 11 de janeiro de 2026, quando está previsto o pontapé inicial dos estaduais, e se estender até 15 de março.

Com menos datas disponíveis, a solução encontrada pela FPF foi se inspirar diretamente na Liga dos Campeões da Europa (UEFA Champions League), adotando um formato inédito no Brasil. A ideia é modernizar o Paulistão, mantendo seu alto nível de atratividade, mesmo com a redução de rodadas.

Como funcionará o novo Paulistão?

De acordo com informações divulgadas inicialmente pelo Estadão, o Campeonato Paulista 2026 deve contar com uma primeira fase em sistema de pontos corridos com oito rodadas. A grande novidade é que nem todos os clubes se enfrentarão, assim como acontece na Champions League atual.

Um sorteio inicial, organizado em potes, definirá os adversários de cada time na primeira fase. Isso garante que os clássicos regionais, envolvendo Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, estejam sempre presentes, atendendo a um desejo da federação e também do mercado televisivo, que vê nesses confrontos as maiores audiências do calendário nacional.

Ao final dessas oito rodadas, os oito melhores colocados avançam às quartas de final. Essa etapa, assim como a semifinal, será disputada em jogo único, com o mando de campo para a equipe de melhor campanha. A grande decisão, no entanto, seguirá no formato tradicional de ida e volta, mantendo viva a tradição do Paulistão.

Além disso, o torneio continuará a rebaixar dois clubes por temporada, preservando a competitividade na parte de baixo da tabela.

O que muda em relação ao formato atual?

Até 2025, o Paulistão conta com 16 datas, sendo 12 delas dedicadas à fase de grupos, antes dos confrontos eliminatórios. Com a redução para 11 datas, o campeonato perde rodadas e, consequentemente, jogos, o que impacta diretamente clubes médios e pequenos, que dependem dessas partidas para receitas de bilheteria, patrocínios e exposição.

A mudança para um formato “mais curto”, inspirado na Champions League, é uma tentativa de equilibrar o calendário e, ao mesmo tempo, garantir jogos de maior apelo já na fase inicial, ao contrário do modelo atual, em que muitos confrontos tinham pouca relevância de público.

FPF vs CBF: embate de interesses

A redução de datas foi uma decisão da CBF, que busca encaixar os estaduais em um calendário mais enxuto, abrindo espaço para competições nacionais e internacionais, além de atender à exigência de maior período de descanso para os atletas.

No entanto, a FPF se considera a principal prejudicada. O próprio presidente da CBF, Samir Xaud, reconheceu isso durante o anúncio oficial no Rio de Janeiro.

“Em relação às federações, a Federação Paulista foi a mais prejudicada, entre aspas, nesse sentido. Acredito, sim, que o presidente Reinaldo é um líder, um gestor nato e vai compreender o que nós pretendemos e entendemos que é o melhor para o futebol brasileiro”, afirmou Xaud.

A declaração mostra que, mesmo com o reconhecimento das dificuldades, a decisão dificilmente será revista, restando à FPF se adaptar ao novo modelo.

O futuro do Paulistão

Ainda restam alguns ajustes a serem confirmados, mas a tendência é que o novo formato seja anunciado oficialmente pela FPF até o fim deste ano. Se realmente for implementado, o Paulistão 2026 marcará uma nova era para os estaduais brasileiros, em que tradição e modernização precisarão andar lado a lado para manter o equilíbrio entre espetáculo, calendário e sobrevivência dos clubes.

O que está claro é que o Paulistão, mais uma vez, será pioneiro em experimentar um formato ousado, agora inspirado no torneio de clubes mais famoso do mundo: a Champions League.

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